A visão do cavalo é mais complexa do que a do ser humano, de um campo visual maior, porém, de percepção de profundidade menor, tendo sua localização lateral, o que lhe permite ter uma visão de 355 graus, sendo a do homem de aproximadamente 210 graus.
Sua localização lateralizada lhe confere uma visão monocular (um olho só, com um campo lateral de 145 graus para cada olho). Isto quer dizer que o cavalo vê simultaneamente duas imagens ao mesmo tempo, uma em cada vista, tendo focalização individual e movimentos separados. Portanto, um olhar está no pasto e o outro no predador. Para melhor focalizar os objetos ao seu redor o cavalo precisa elevar e abaixar sua cabeça, modificando o ângulo de incidência dos raios luminosos sobre o cristalino, ajustando o foco. Sua visão lateralizada é própria dos animais caracterizados como presas e a visão central própria dos predadores, como o homem, puma, leão, etc.
O cavalo também tem um campo de visão binocular (ambos os olhos veem a mesma área do campo visual), para frente. Entretanto, ele não enxerga a curta distância de aproximadamente duas passadas antes do obstáculo ou uma cerca, entre num ponto neutro, necessitando incluir a cabeça no último instante antes de transpor o obstáculo ou cerca. O tamanho dos seus olhos de 4,5X6,5 cm é um dos maiores entre os animais mamíferos. Há diferença entre as raças, o PSI tem um campo visual menor, o Árabe tem um campo mais amplo.
Os pontos onde os cavalos não enxergam estão localizado:
a) No chanfro (parte frontal da cabeça), entre os olhos e abaixo das narinas. Devido a esta posição, os cavalos não enxergam bem a curta distância. Para corrigir o foco da retina ele baixa e levanta a cabeça, procurando uma imagem perfeita. O cavalo tem visão fraca para avaliar as distancias, acontece quando em liberdade e quando montados o cavaleiro participa através do comando das rédeas, com uma mão suave sem descolar o eixo do cavalo
b) Atrás da garupa, razão pela qual muitos cavalos dão coices. Ele raciocina da seguinte maneira: o humano (predador) quer pegar minhas pernas. E para o cavalo isto é muito preocupante, pois precisará delas para fugir. Sendo a fuga um reflexo defensivo do cavalo, ele passa a considerar como perigo tudo aquilo que se aproxima por trás. É aconselhável falar com o cavalo e colocar uma mão sobre o mesmo para tranquiliza-lo, evitando assim o fator surpresa e especialmente coices.
Artigo escrito por Deolir Dall’Onder para a Revista Acontece sul, ano XII, Número 142.