O cavalo crioulo é quase um fenômeno social aqui no Sul! Ele agrega pessoas, cria amizades e envolve toda a família com objetivos sadios. A ascensão de simples hobby para a profissionalização em competições é um processo natural entre os fãs do Crioulo. Quem começa gostando das cavalgadas de final de semana acaba se interessando por esportes eqüestres. No RS o Crioulo é considerado animal símbolo do Estado.

O Cavalo Crioulo originou-se das raças ibéricas – andaluz e lusitano – que, na época da colonização, foram trazidas pelos portugueses e espanhóis, tendo se espalhado principalmente pelos pampas sul-americanos, inclusive Argentina, Brasil, Paraguai, Chile e Uruguai.

Os cavalos que suportaram a travessia do Oceano Atlântico, nas condições precárias daquela época, eram muito resistentes e logo se adaptaram às novas condições de clima e alimentação, reproduzindo-se mais e mais. Com os anos, esses sobreviventes da seleção natural feita pelas condições inóspitas do meio, reproduziram-se tanto, que superaram as necessidades e possibilidades dos primeiros colonizadores, que já não podiam manter todos sob controle. Isso aconteceu tanto no norte, quanto no sul das Américas.

Assim, as manadas primitivas de cavalos se dispersaram, esqueceram a domesticação e formaram enormes manadas selvagens, que no México foram chamados de “mesteños” e nos Estados Unidos de “mustangs”. No caribe e na América Central foram chamados de “cimarrones”. No Rio da Prata eram chamados de “baguales”.

Esses animais que se tornaram selvagens desenvolveram características como força, rusticidade e adaptação ao meio. Eram animais de estrutura excepcional com funcionalidade e morfologia superiores.

Os cavalos crioulos, antes mesmo de registrados como raça, foram companheiros inseparáveis dos pioneiros que colonizaram o Sul do país, sendo, por muito tempo, o único meio de transporte, tanto dos fazendeiros quanto das tropas que fizeram revoluções e defenderam as fronteiras no sul do Brasil.

Com a criação da ABCCC (em 1932) – Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos -, iniciou-se a seleção genética e o aperfeiçoamento da raça, que se revelou ideal para a lida com o gado bovino nas fazendas. Também apresentou excelente desempenho em competições que reproduzem a vida no campo, como a apartação de bois e o tiro de laço.

Apesar de conhecido por sua docilidade e inteligência, o principal trunfo do Cavalo Crioulo é a sua grande resistência física.

Pelagem: Praticamente qualquer uma, sendo predominante da raça o baio gateado (com estrias escuras nos joelhos e jarretes). Já no Brasil, a pelagem dominante é a gateada, que é um baio com fio do lombo e às vezes zebruras. Além dela encontram-se a moura, a rosilha, alazã, zaina, tordilha, e as pelagens malhadas: oveira e tobiana.

Função: Trata-se de excepcional cavalo de lida, potente, dócil e resistente, com incrível capacidade de trabalho e subsistência, inclusive sob condições críticas. Nos dias atuais, está sendo descoberto pelos praticantes do hipismo rural, com crescente sucesso esportivo. É educado num galope especial, curto, porém continuado, que permite fazer muitos quilômetros por dia. Seu andamento natural é o trote e o passo, num caminhar baixo, de acordo com os terrenos planos do sul.

Mais informações sobre a raça, acesse o site da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos.