O Freio de Ouro divide-se em duas etapas:

PARTE 1 – MORFOLOGIA: é uma avaliação do padrão racial e do nível de enquadramento do animal aos padrões seletivos da raça. São valorizadas, nessa etapa, características como o equilíbrio estrutural, a frente leve, a firmeza da linha superior e um bom relevo muscular. Todo o conjunto tem de estar bem sustentado sobre bons aprumos.

Pontuação: de zero a 10.

PARTE 2 – PROVA FUNCIONAL: a segunda fase da competição, a parte funcional, que avalia o desempenho do animal em atividades derivadas das lidas do campo, divide-se em dois momentos:

Primeiro momento

1) Andadura:

Na primeira demonstração funcional da prova, exige-se do cavalo a definição e manutenção de três modos diferentes de andar:

a) Tranco

b) Trote

c) Galope

São observados nessa etapa a tipicidade do andar, a comodidade, o avanço e o equilíbrio.

Pontuação: de zero a 15.

Tranco = de 0 zero 3.

Trote = de zero a 8.

Galope = de zero a 4.

Importante: o trote tem peso maior na pontuação porque é a andadura mais utilizada pelo cavaleiro em um deslocamento longo pelo campo.

2) Figura:

Prova de média exigência, desenvolvida em um circuito demarcado por fardos de feno, em que se avalia o equilíbrio nas trocas de mãos e patas, potência de execução e submissão a todas as solicitações do ginete.

Pontuação: de zero a 15.

1-Andadura 2-Figura

3) Volta sobre patas e esbarrada:

Um dos momentos mais difíceis do Freio do Ouro. Divide-se em duas partes:

a) Volta sobre patas: O ginete leva o cavalo à frente dos jurados, faz o animal girar sobre o próprio corpo 360 graus para um lado e em seguida para o outro. Pode fazer de uma a três voltas. Mas deve fazer para um lado o mesmo número de voltas que realizou para o outro.

b) Esbarrada: O ginete acelera o cavalo por uma distância de 20 metros e em seguida solicita ao animal uma freada brusca, fazendo com que ele se apóie sobre os posteriores. O cavalo praticamente “senta” no chão. A seguir, o ginete repete o movimento em sentido contrário. Esta etapa traduz um dos movimentos símbolos do cavalo de trabalho, que é a sua completa submissão ao comando do cavaleiro. O cavalo tem de enfiar corretamente os posteriores entre as mãos e parar sem saltar.

Pontuação: de zero a 5 para a volta sobre patas, sendo 2,5 pontos para cada lado que o animal roda. E de zero a 10 para a esbarrada, sendo cinco pontos para cada movimento executado.

4) Mangueira:

É o primeiro momento em que o cavalo trabalha com gado. Na mangueira, o animal mostra sua aptidão vaqueira, equilíbrio, impulsão e coragem. Esta prova é tão importante que ocorre duas vezes durante o Freio de Ouro. Divide-se em três momentos:

a) O cavalo tem de apartar (separar) um dos dois novilhos que estão na mangueira.

b) O cavalo tem de manter o novilho afastado do outro bovino por 45 segundos.

c) O cavalo tem de arremeter com o peito, ou “pechar” (do espanhol, el pecho, o peito) contra a lateral do novilho apartado num ângulo de 45 graus, primeiro por um lado e depois pelo outro, e fazer o animal recuar. Tem 45 segundos para executar o movimento.

Pontuação: de zero a 15.

Aparte = de zero a 10.

Pechada = de zero a 5 (2,5 pontos para cada execução).

3-Volta sobre patas 4-Mangueira

5) Prova de Campo ou Paleteada 1:

Última e decisiva etapa do Primeiro Momento do Freio de Ouro. Observa-se aqui, mais uma vez, a aptidão vaqueira, a velocidade, a força e a total submissão do cavalo ao cavaleiro. Duplas, formadas pelo resultado da pontuação acumulada até o momento (o primeiro com o segundo, o terceiro com o quarto e assim sucessivamente) perseguem um novilho por uma raia de 110 metros de comprimento por 50 metros de largura, com marcações de fardos de feno aos 30 metros, 80 metros e 110 metros. Nos primeiros 30 metros, os ginetes deixam o novilho correr. Entre os 30 metros e os 80 metros, o novilho deve ser “prensado” entre as “paletas” dos dois cavalos, daí a expressão paleteada. Após a ultrapassagem do marco de 80 metros e antes do final da raia, os ginetes adiantam os cavalos em relação ao novilho, cortando-lhe a frente, para que o animal retorne. Na volta, a paleteada se repete, para que o novilho seja reconduzido à mangueira.

Pontuação: de zero a 15.

Importante: Até este momento, as notas que aparecem nas placas são multiplicadas por 1,5. A seguir, é feita a soma de todas as notas obtidas e o resultado é dividido pelo número de provas executadas e somado com a pontuação da morfologia. O resultado credencia de 40% a 50% dos cavalos e ginetes para o segundo momento do Freio de Ouro.

5-Prova de campo ou Paleteada

Segundo momento

A prova é uma repetição dos movimentos executados no primeiro momento.

Pontuação: de zero a 20.

7) Bayard-Sarmento:

Prova em que se exige velocidade na execução, correção nos movimentos e atenção à submissão. É realizada em uma raia de 80 metros. O cavalo arranca em velocidade, percorre 40 metros, esbarra, faz a volta sobre patas para um lado e para outro de uma a três vezes, volta a correr 40 metros, esbarra novamente. Depois gira 180 graus, corre mais 40 metros e repete a esbarrada. Faz a volta sobre patas para ambos os lados, corre mais 40 metros e faz a última esbarrada.

Pontuação: de zero a 20.

7-Bayard-Sarmento

8) Prova de Campo ou Paleteada 2:

Tudo igual à primeira.

Importante: As notas que aparecem nas placas deste segundo momento do Freio de Ouro são multiplicadas por dois e somadas. A soma é dividida pelo número de provas executadas até o momento e o resultado é somado com a pontuação da morfologia. Chega-se, assim, ao resultado final da prova do Freio de Ouro.

Fonte: ABCCC – Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos