Qual o momento mais importante da vida de um cavalo? O que ele está vivendo exatamente agora, enquanto você lê este texto?

Um cavalo não vive no passado ou no futuro. É um especialista por natureza em viver o momento presente. Isto faz parte do seu sistema de defesa, de auto preservação.

Faz parte deste sistema viver o momento presente porque se o cavalo viver o “ontem” ou o “amanhã”, provavelmente ele morre atacado por um predador. Todos as presas são assim: têm de pensar no absoluto presente, senão morrem. O cavalo vive assim em absolutamente todos os momentos de sua vida, soltos, na cocheira, no pasto, com seu cavaleiro ou em qualquer lugar.

Já nós, seres humanos, talvez vivamos mais de 80% do nosso tempo ou no passado ou no futuro. A ansiedade e o arrependimento fazem parte da vida das pessoas, um pouco por natureza, um pouco talvez por nem prestarmos atenção nisso.

E aí vamos nós trabalhar nossos cavalos, montados ou não. Nós com o passado ou o futuro na cabeça, o cavalo com o momento presente na cabeça. Ocorre então uma incompatibilidade de ideias, de sensações, de emoções. Você com as coisas do passado e do futuro na cabeça, seu cavalo com o presente, aguardando não somente um comando, mas principalmente uma sensação sua.

Podemos chamar isto de falta de concentração, mas de verdade gostaria de ir mais a fundo nisso. Devemos obviamente nos concentrar no trabalho, nas técnicas e nas ideias que temos, mas talvez devamos nos concentrar mesmo é em “estarmos ali” não somente em presença corporal, mas também em sensações e emoções gerais.

Então, a ideia é simples: trabalhe seu cavalo e se concentre inteiramente! Viva o momento presente, viva o exato segundo, exato momento. Não atenda ou ligue para alguém. Não responda a uma mensagem, não mande uma mensagem. Sincronize-se, sintonize-se, conecte-se ao seu cavalo por inteiro! Você vai experimentar algo diferente – o caminho inverso… Seu cavalo se ligando, se sincronizando, se conectando a você da forma como eles fazem. Simples assim, como são os cavalos…

Escrito por Aluisio Marins, MV – Universidade do Cavalo